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Pintor Eduardo Lima cativa ao se emocionar expondo no Museu do Louvre, em Paris

“Canta a tua aldeia e serás universal” é uma emblemática frase do escritor russo Leon Tolstói, dos mais universais da história. E serve como mantra do pintor baiano Eduardo Lima, famoso por ser autodidata e ter deixado o trabalho como frentista para trabalhar com pinturas que representam o nordeste brasileiro. Eduardo expõe atualmente no Museu do Louvre, o principal do mundo, e o vídeo em que chora ao ver a exposição pela primeira vez viralizou na última semana. Já são mais de 300 mil visualizações no Instagram.

Eduardo teve sempre talento para a arte. Logo aos 8 anos, viu o pai, trabalhador de olaria, esculpindo um rosto em argila e se encantou. A partir dali, passou a levar a arte em paralelo com o trabalho que trazia o pão para dentro de casa.

Aos 20 anos, em 1997, o baiano enveredou de vez pela pintura, já com a intenção de representar a cultura nordestina nas telas. A esposa, Cida Lima, maior fã, expôs as obras na loja que administrava e os clientes logo reconheceram o talento. Aí foi o começo de um grande sucesso que viria. 

 

Em 2003, Eduardo deixou o emprego de frentista para investir no sonho de viver da arte. O caminho não foi fácil, como não costuma ser com quem toma essa decisão. O artista teve de vender as produções em praça pública e ia de porta em porta na tentativa de ganhar algum dinheiro com o que pintava.

A persistência o levou a expor em diversos países e a chamar a atenção de famosos como Felipe Neto, Rodrigo Lombardi e Bruna Gomes, que hoje possuem obras do nordestino em casa. Eduardo fundou, também, a Eduardo Lima Art, pela qual vende produtos licenciados como canecas e camisas.

Nas obras expostas através de seleção no Salon Internacional D’Art Contemporain, Eduardo narra o dia a dia de nordestinos comuns. Estão lá representadas brincadeiras típicas e o jeito de ser de quem é da região.

O choro ao chegar no museu foi de felicidade. Lágrimas de quem sabe que lutou muito e chegou onde queria, sem nunca deixar de fazer o que acreditava. “Lembrei da minha trajetória, das primeiras pinturas, das mensagens que recebo. E digo: você só sabe pra onde você vai sabendo de onde veio. Sou Eduardo Lima, filho do Sertão”, comentou em vídeo publicado no Instagram.