O Brasil merece uma médica como a carioca Tainá Gleice Soares. Sensível, dedicada e apaixonada pelo que de mais lindo a profissão tem – o cuidado. Para conseguir encerrar o curso de Medicina, percorrido com muita luta, ela agora precisa da ajuda de quem entende a importância dessa conquista para uma mulher preta e de família humilde. Tainá criou uma campanha no site Vakinha para conseguir pagar mensalidades da faculdade e seguir o curso. É possível contribuir com esse sonho através do link ou da chave pix v5574902@vakinha.com.br.
A vontade de Tainá em ser médica vem de muito tempo e vem de um desejo nobre: ser instrumento de Deus no cuidado com o próximo. “Desde muito nova, carrego no coração o desejo de aliviar a dor, de cuidar com amor, de trazer esperança, não só com medicamentos, mas com presença, escuta e compaixão. A medicina, pra mim, nunca foi só uma profissão. É um chamado“, reflete, elencando a pediatria como área que mais a apaixonou. “Me imagino acolhendo mães como eu, que chegam assustadas, com medo, buscando ajuda. Quero ser aquela médica que escuta, que respeita, que orienta com carinho. Que ora em silêncio por cada pequeno paciente e por sua família.”
Mas essa caminhada esteve sempre permeada de desafios. Tainá vem de família humilde e concilia os estudos com o trabalho como enfermeira em dois hospitais e com a rotina de mãe de quatro filhos – Pietro, Alice, Davi e Júlia. Com muita luta, dedicação e fé no propósito, ela chegou ao 9º período na UNIREDENTOR. “Meus filhos são a minha motivação mais profunda. Quando penso em desistir, olho para eles e me lembro por que comecei. Fui mãe na adolescência e muitos pensaram que ali minha história tinha se encerrado. Mas meus filhos me ensinaram força, me ensinaram a amar de um jeito que mudou tudo em mim. Cada plantão, cada madrugada estudando, cada lágrima e cada vitória tem o nome deles. Quero que um dia eles digam com orgulho: “Minha mãe venceu”.
A trajetória, porém, deixou dívidas. Tainá precisa arcar com R$ 120 mil, referentes ao 7º e 8º períodos, para seguir na faculdade e avançar ao internato – a última etapa do curso. Foi para quitar as parcelas e encerrar essa etapa com a tranquilidade necessário que a estudante criou a campanha no Vakinha. Em duas semanas já foram mais de R$ 6 mil arrecadados.
Tainá quer, dessa forma, seguir um sonho que é dela e da família, mas também de muitas pessoas que ela representa. Uma forma de fazer justiça às pessoas que, como ela, foram desacreditadas. “Conquistar esse diploma é provar que a periferia também tem médica, que mulher preta também usa jaleco, que mãe solo também pode vencer. Quero abrir portas pra outras meninas como eu.”
