O pernambucano Igor Félix, de 28 anos, tem um propósito: ser exemplo vivo do poder transformador da educação. Essa jornada de impacto social é trilhada diariamente e já teve conquistas importantes, como a seleção como membro da comunidade ForbesBlack, uma iniciativa que conecta lideranças negras que impactam o mundo de forma positiva. O passo atual é um mestrado em Gestão, com foco em soluções inovadoras e sustentáveis para desafios sociais, feito na Rome Business School. Agora, o brasileiro busca recursos para se manter na Itália enquanto estuda. Para isso, ele criou uma campanha no site Vakinha e já arrecadou R$ 13 mil, em uma semana. É possível contribuir através do link.
Orgulhosamente, Igor Félix se tornou o primeiro da família a conquistar um diploma universitário – dessa forma, a inspiração que recebeu dos pais se tornou inspiração também para a comunidade onde vivia, em Pernambuco. Nos últimos anos, atuou com comunicação, impacto social e projetos educacionais, colaborando com programas em empresas com o iFood.
Para o mestrado na Itália, Igor conseguiu uma bolsa de 40%, mas o custo de vida na Europa ainda é um impeditivo para a sequência do curso. O Conversa do Bem fez uma entrevista exclusiva com ele.
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Conversa do Bem: De que forma você entende que a educação pode ser uma ferramenta de transformação?
Igor Félix: Cresci ouvindo dos meus pais que deveria focar nos estudos e que esse era o caminho do pobre para melhorar de vida. Não é que eles estavam certos? No Brasil, uma família entre as mais pobres pode levar até 9 gerações pra alcançar a renda média. Ou seja, nascer pobre costuma significar continuar pobre, e a falta de acesso e estímulo à educação é uma das principais causas disso.
Já avançamos muito no acesso à escola, mas temos muitos problemas como evasão, falta de estrutura e apoio para que os jovens e adultos permaneçam estudando e mudando de vida. Por isso, investir em educação boa e acessível é uma das chaves pra quebrar esse ciclo. E quando falo em educação, não é apenas o modelo tradicional de ir a uma escola, existem estudos que mostram que podemos aprender com experiências que vivemos, rodas de conversa, materiais interativos.
Eu mesmo fui a primeira pessoa da minha família a conquistar um diploma de nível superior e vi como minha vida mudou. Vendo que é possível, mais pessoas permanecem nessa jornada e conseguem se preparar para aumentar sua renda por meio de melhores postos de trabalho, acesso a à cultura, viagens… é como se o mundo se abrisse e te convidasse a novos lugares. Outro ponto muito importante é a retomada da autoestima que a educação proporciona. É exatamente por isso que trabalho com educação e tô aqui estudando: porque acredito que esse caminho transforma vidas assim como a minha.
CDB: O que significa para a sequência da sua trajetória o ingresso no mestrado em Roma?
IF: Estar em Roma é como viver um sonho daqueles que temos e achamos que nunca iremos viver. Pra mim sempre foi uma realidade muito distante apesar de já ter estado aqui há 2 anos durante uma viagem de férias.
Dar esse passo significa muito e agora posso dizer que também é sonho de todos os brasileiros que têm me apoiado e acreditado nesse projeto tão ambicioso que é me tornar um líder que possa criar programas de acesso à educação que ajudem mais pessoas através de modelos economicamente viáveis para as organizações e participantes.
No final do ano passado, 2024, fui apresentado a um estudo baseado nos cursos que havia produzido para os entregadores parceiros do iFood que provava através da metodologia de economia que quem fazia os cursos conseguia aumentar sua renda se comparado há um grupo semelhante que não os assistiu no mesmo período. Ali eu entendi a força do que estava fazendo e decidi que gostaria de me preparar para poder gerar ainda mais impacto positivo na vida das pessoas. Comecei então a procurar cursos de gestão, que alinhados ao meu desejo de estudar fora e mergulhar em novas culturas me fez achar um mestrado numa escola de negócios em Roma chamada Rome Business School.
CDB: Quais projetos de impacto social você desenvolve atualmente e quais estão em mente para o futuro?
No momento estou em fase de preparação, há muito o que aprender aqui para que eu possa falar melhor na “língua dos negócios”. Mas estou animado para que em breve eu possa atuar de forma ativa em novos projetos e organizações.
